Sensor identifica nitrito de sódio em bebidas usando cortiça modificada a laser


Sensor identifica nitrito de sódio em bebidas usando cortiça modificada a laser

O projeto está atualmente passando por validação laboratorial e refinamento de design. Crédito: Beatriz Germinare et al

Uma equipe de pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), no estado de São Paulo, Brasil, desenvolveu um sensor que pode identificar nitrito de sódio (NaNO2) em diversas bebidas, incluindo água mineral, suco de laranja e vinho. Este sal inorgânico é usado como conservante e fixador para dar cor rosa ou vermelha a produtos como presunto, bacon e salsichas. Dependendo da quantidade, pode causar sérios problemas de saúde ao levar à formação de nitrosaminas, que são compostos cancerígenos.

“Esse risco nos motivou a desenvolver uma forma simples, rápida e acessível de detectar o composto e garantir a qualidade e segurança do consumo de líquidos”, afirma Bruno Campos Janegitz, chefe do Laboratório de Sensores, Nanomedicina e Materiais Nanoestruturados (LSNano) da UFSCar. Janegitz coordenou o estudo, que foi publicado no diário Microquímica Acta.

“Detecção (de NaNO2) em bebidas, especialmente vinhos, é importante para já que seu uso não é legalmente permitido no Brasil e na maioria dos países”, escrevem os autores no artigo.

Segundo o pesquisador, os projetos da LSNano visam utilizar materiais provenientes de plataformas de baixo custo, que gerem valor agregado e respeitem o meio ambiente. Neste caso, a cortiça foi escolhida como ponto de partida por ser leve, pure e barata.

As amostras foram marcadas a laser para transformá-las em grafeno, uma forma de carbono altamente condutora, como se a luz concentrada tivesse traçado caminhos na cortiça. “Esse processo é sustentável, não requer reagentes tóxicos e resulta em um materials altamente condutivo, o que é essencial porque o nitrito sofre uma conhecida oxidação eletroquímica. Portanto, precisamos de um sensor altamente condutivo para detectar o composto”, explica Janegitz.

Dispositivo detecta nitrito de sódio em bebidas

O projeto está atualmente passando por validação laboratorial e refinamento de design. Crédito: Beatriz Germinare

Em seguida, foi aplicado um spray impermeável na rolha para evitar que qualquer líquido penetrasse no materials e comprometesse a resposta do sensor. Em seguida, foi aplicada uma camada de esmalte para delimitar a área modificada. As amostras foram então colocadas em estufa a 40 °C por 30 minutos para secar e otimizar os parâmetros do laser.

O próximo passo do projeto foi colocar amostras de água, e vinho diluído em solução eletrolítica com sais simulando nitrito no grafeno.

Os resultados mostraram que o sensor teve um desempenho excelente, com alta sensibilidade e boa estabilidade. Foi capaz de detectar nitritos em concentrações compatíveis com aquelas relevantes para a segurança alimentar e ambiental.

O projeto ainda está em fase de validação laboratorial e são necessárias melhorias no design para utilização prática.

Mais informações:
Beatriz F. Germinare et al, Sensores eletroquímicos à base de cortiça obtidos por grafeno induzido por laser: Uma alternativa verde para detecção de nitrito de sódio em amostras de bebidas, Microquímica Acta (2025). DOI: 10.1007/s00604-025-07471-9

Citação: Sensor identifica nitrito de sódio em bebidas usando cortiça modificada a laser (2025, 17 de outubro) recuperado em 17 de outubro de 2025 em https://phys.org/information/2025-10-sensor-sodium-nitrite-laser-cork.html

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