Em uma entrevista recente, Sophie Maxwell, diretora executiva da Fundação de Conservação Conectadacompartilharam insights sobre a missão da organização, o papel da tecnologia na conservação e os impactos positivos que eles causaram. Aqui está um mergulho profundo na conversa.
P: Você pode nos dar uma rápida visão geral da Related Conservation Basis?
UM: A Related Conservation é uma organização sem fins lucrativos que ajuda pessoas em países em desenvolvimento a garantir tecnologias em escala de paisagem, necessárias com urgência para interromper a perda da natureza e construir ecossistemas e comunidades resilientes.
Hoje, operamos em 15 países, ajudando a projetar, proteger e implementar soluções tecnológicas que impulsionam mudanças. Nossos projetos implantam conectividade de rede de longa distância, sensoriamento inovador de IoT, imagens de satélite, IA e equipamentos avançados de TI para combater a caça ilegal, mitigar o conflito entre humanos e vida selvagem, prevenir a perda de habitat e promover o gerenciamento sustentável da paisagem.

Fizemos uma parceria com Cisco em 2015, e reunimos equipes locais, parceiros de tecnologia e governos para fornecer a infraestrutura, ferramentas de ponta e educação necessárias para proteger a biodiversidade em escala.
Juntos, apoiamos 29 áreas protegidas em toda a África, protegendo 5,6 milhões de hectares de áreas selvagens com infraestrutura digital e soluções de sensoriamento de área ampla. Também permitimos que 19 parques remotos alcancem conectividade international confiável, capacitando-os com estratégias de conservação orientadas por dados.
P: O que o levou ao campo da tecnologia de conservação?
UM: Com experiência em desenvolvimento de produtos e serviços no setor corporativo, fiz a transição para a conservação há nove anos. Comecei na Zoological Society of London, com foco em inovação na proteção da natureza. Essa jornada levou à fundação do nosso trabalho de caridade, que cresceu significativamente desde seu início em 2015.
P: Quais são alguns dos sucessos da Related Conservation Basis e como a tecnologia ajuda?
UM: Junto com a Cisco, fomos pioneiros na implementação de sistemas de alerta precoce para proteger espécies e lugares selvagens. Construímos redes que coletam, analisam e fornecem alertas em tempo actual sobre ameaças à vida selvagem e ao meio ambiente. Do Quênia à África do Sul, estamos sustentando tecnologias que permitem o gerenciamento eficaz de áreas protegidas e a administração comunitária de recursos naturais.
As soluções apoiam nosso parceiro Northern Rangelands Belief com vigilância e inteligência de vida selvagem em 22 conservancies lideradas pela comunidade. Esforços colaborativos contribuíram para a conquista nacional do Quênia de aumentar a população de rinocerontes negros criticamente ameaçada em 6% desde 2017.
Além disso, nossos esforços coletivos ajudaram a alcançar o sucesso na Reserva Pure Sabi Sands na África do Sul. Tecnologias de alerta precoce, juntamente com gerenciamento eficaz, reduziram a caça ilegal de rinocerontes em 96 por cento em apenas 18 meses de implantação.
Nosso suporte tecnológico também ajudou a Reserva de Caça Madikwe a fazer 16 prisões de suspeitos de caça ilegal de rinocerontes entre 2021 e 2023, uma melhoria significativa em relação a zero prisões em 2020, antes de nossa colaboração tecnológica.
P: Quais são os desafios que os conservacionistas enfrentam hoje?
UM: O mundo pure está em um momento crítico. Cientistas estimam a perda potencial de até 1 milhão de espécies na próxima década. Áreas protegidas eficazes são essenciais para reverter o rápido declínio da biodiversidade. Em dezembro de 2022, 196 países reconheceram a urgência da crise assinando um plano international de biodiversidade — conhecido como iniciativa 30×30 — para proteger 30% do planeta até 2030.
A África, lar de um quarto da biodiversidade mundial, tem cerca de 8000 áreas protegidas formalmente registradas que enfrentam desafios sem precedentes. Muitos desses parques ainda não têm a infraestrutura digital e física necessária para uma gestão eficaz. Das 161 áreas protegidas vitais identificadas pelos Parques Africanos, impressionantes 60% ainda exigem soluções de gestão aprimoradas para ir além de meros “parques de papel” e garantir a sobrevivência a longo prazo dessas espécies e ecossistemas preciosos.
O CCF está respondendo com urgência, fornecendo àqueles que estão na linha de frente infraestrutura digital, ferramentas e educação para construir ecossistemas e comunidades resilientes, importantes para o sequestro de carbono, biodiversidade, ar limpo, água doce, alimentos e estabilidade.
P: Como a Related Conservation Basis usa os produtos da Cisco?
UM: As tecnologias da Cisco desempenham um papel em três áreas críticas: sistemas de alerta precoce para ameaças à conservação, monitoramento contínuo do ecossistema e capacitação de comunidades locais com insights baseados em dados para melhor tomada de decisões.
Em muitos websites, câmeras Cisco, Meraki roteadores, servidores e Tecnologia de rede LoRaWan permitem o rastreamento de movimentos de vida selvagem e guardas florestais, padrões climáticos, alarmes de cerca e saúde dos recursos naturais. A tecnologia até facilita o rastreamento de gado para gerenciamento sustentável de pastagens e monitoramento de níveis de carbono para avaliar a saúde do ecossistema. Os dados são consolidados em um único sistema unificado, oferecendo uma visão de 360 graus em tempo actual em todo o ecossistema. Essa perspectiva holística oferece suporte a medidas de resposta imediatas e facilita a análise histórica, ajudando a identificar padrões e a abordar preventivamente os desafios de conservação.

Um inovador Rede IoT e spine de comunicação de alta largura de banda agora cobre 22 das áreas de conservação lideradas pela comunidade do Northern Rangeland Belief (NRT) e quatro reservas privadas, permitindo a implantação de mais de 300 sensores.
Vinte gateways LoRaWan, uma infraestrutura de comunicação robusta e uma variedade de sensores fortaleceram os centros de operações regionais, aumentando sua capacidade de transmitir dados ambientais e de vida selvagem em tempo actual por grandes distâncias. Esta rede fornece aos gerentes de conservação uma consciência situacional abrangente das paisagens, permitindo que as conservações privadas e lideradas pela comunidade colaborem de forma mais eficaz no monitoramento e gerenciamento.
Em 2022-2023, a África Oriental enfrentou uma seca severa, devastando pastagens, fontes de água, suprimentos locais de alimentos e vida selvagem. A NRT enfrentou desafios significativos no gerenciamento sustentável de recursos naturais e na mitigação de conflitos entre humanos e vida selvagem. A rede IoT oferece suporte à integração de vida selvagem, gado e sensores ambientais para monitorar condições de forrageamento, rastrear movimentos e observar níveis de água — tudo essencial para garantir a coexistência da vida selvagem e da população native.
P: Quais são os resultados comerciais e os elementos humanos que você observou ao alavancar a tecnologia?
UM: A tecnologia capacita os guardas florestais locais e contribui para os esforços liderados pela comunidade para proteger os ecossistemas para as pessoas e a vida selvagem, ajudando-os a realizar:
- O número de rinocerontes no Quénia aumentou 6 por cento desde 2017. Ferramentas de vigilância e inteligência da vida selvagem ajudaram nossos parceiros a contribuir para esse sucesso.
- As comunidades em Sera Wildlife Conservancy monitoram a vida selvagem com a rede Cisco e transmissões de vídeo em tempo actual de alta resolução. Elas aumentaram sua população de rinocerontes em 60 por cento. O sucesso do santuário agora emprega 100 novos guardas comunitários que usam as tecnologias.
- A Loisaba Conservancy estabeleceu um Santuário de Rinocerontes e habilitou o monitoramento da vida selvagem 24 horas por dia, habilitado por LoRa. Agora é designado um parque seguro para os 21 rinocerontes negros orientais reintroduzidos.
- Northern Rangelands Belief relata um declínio no conflito entre humanos e animais selvagens. Embaixadores da paz comunitária em todas as áreas de conservação usam a conectividade da Cisco para compartilhar dados sobre alertas precoces, evitando ataques e prevenindo conflitos.
- A Reserva Pure de Sabi Sand designou um parque seguro para a reintrodução de pangolins e rinocerontes brancos para uma iniciativa de reintrodução da vida selvagem.
P: Que conselho você daria para outras pessoas que buscam apoiar a conservação sustentável com tecnologia?
UM: Comece com uma abordagem de ecossistema digital, focando em ferramentas robustas, treinamento, engajamento da comunidade e um plano financeiro sustentável. Comece com infraestrutura digital básica e inove gradualmente, provando os benefícios dos casos de uso e planejando o crescimento.
P: Qual é a visão para o futuro da Related Conservation Basis?
UM: Imaginamos um futuro com uma rede international de áreas protegidas bem administradas, com bons recursos e bem conectadas, com infraestrutura e tecnologia de ponta para atingir sustentabilidade e metas ambiciosas de conservação.
Nós nos perguntamos continuamente: a tecnologia de conservação está avançando o suficiente? Embora tenha havido um progresso significativo, acreditamos que há muito mais a ser realizado. Portanto, estamos comprometidos em forjar parcerias ousadas e inovadoras para expandir e amplificar nosso impacto.
A Related Conservation Basis colabora com líderes de tecnologia como a Cisco e envolve comunidades locais para impulsionar resultados significativos de conservação. Nossa visão é um mundo onde as pessoas e a vida selvagem prosperam juntas. As ferramentas certas, educação e um compromisso com a conservação liderada pela comunidade podem contribuir para trazer de volta espécies ameaçadas e impedir que ecossistemas preciosos sejam perdidos para sempre.
Visite o Fundação de Conservação Conectada para saber mais e como se envolver.
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