É aquela época do ano em que compartilho minhas seis principais descobertas musicais do ano. Como sempre, eu ficaria surpreso se muitos leitores estivessem familiarizados com mais do que alguns deles e esperassem que a maioria dos leitores não conhecesse nenhum deles. Também foi, como sempre, muito difícil escolher apenas seis. Então desisti e estendi minha seleção para oito – afinal não assinei nenhum contrato para a contagem de álbuns.
Eu descobri The Olllam (observe os 3 l’s) quando adquiri seu primeiro álbum em 2014 e adorei sua mistura de flautas irlandesas tradicionais com batidas descoladas de jazz e rock. Com o passar dos anos, aceitei com tristeza que eles seriam uma banda de um único álbum e fiquei encantado ao descobrir meu erro com o segundo álbum deste ano.
Ao Mar por ó
faixa de amostra: Mulher
Ão é um quarteto da Bélgica que misturou os vocais sobrenaturais de Brenda Corijn com música eletrônica trip-hop. Corijn tem origem moçambicana-portuguesa e lidera a banda com uma voz que lembra sons inspirados no fado (como Madredeus). O resto da música é parte de guitarra, eletrônica e percussão imaginativa. O efeito geral tem aquele som melancólico e assustador que associo a Portugal.
A Islândia deu ao mundo alguns inovadores musicais peculiares, sem medo de avançar para novos territórios. Aqui Jakob Magnússon combina um grupo de tais personagens com uma seção rítmica da realeza do Jazz-Fusion americano. O resultado tem a bateria potente e o baixo imaginativo do Climate Report injetados em um cenário de 2020. É bastante desequilibrado e muito divertido.
Lope e Anitlope por Receba a bênção
faixa de amostra: Corniche
Get the Blessing descreve este álbum como “O culminar de 4 dias de gravação, 3 anos de reveals e 12 anos bebendo chá e gim”. É um dos sons mais distintos que ouvi recentemente, sobrepondo algumas trompas roteadas através da eletrônica, sobrepostas à base de seções rítmicas e mais eletrônica. O resultado é distintamente um som de jazz liderado por trompas, inspirado em Ornette Coleman, com sólido sentido melódico e um closing vagamente perturbador.
Do nada por Las Lloronas
faixa de amostra: Au Revoir
A sensação abrangente que tenho deste álbum é a de diversão, três mulheres de Bruxelas deliciando-se com uma música suave que mistura harmonias vocais, guitarra, acordeão, clarinete sedoso e uma pitada de poesia slam. É cheio de pequenas surpresas, como um passeio por uma cidade alegre, mas desconhecida, sorrindo diante das esquisitices que encontramos.
A música clássica indiana tem uma linhagem eminente, que me interessei em ouvir, mas geralmente sem grande entusiasmo. Gostei mais da mistura das tradições musicais indianas com as ocidentais, e encontrei vários bons exemplos disso no jazz. Desta vez é uma mistura clássica com uma interação de cítara e sarod com um quarteto de cordas, impulsionado pela batida de enérgicos tocadores de tabla.
Emel é uma cantora tunisiana cuja fama surgiu devido às suas canções de protesto durante a Primavera Árabe. Seu trabalho adota muitos elementos musicais convencionais, complementando sua voz assustadora (cantando em inglês, árabe e francês) com batidas dançantes, funk eletrônico e rap. Ela se esforçou para fazer este álbum com uma equipe inteiramente feminina e sua mistura leva esses elementos mainstream em um pacote de aventura.
Um álbum de jazz hipnotizante que me envolve na interação de baixo, sax, guitarra e vibrações. Carlos Bica é um contrabaixista português consagrado e formou um quarteto com três músicos mais jovens. Gosto de música que tem a ver com textura, e este quarteto tece um som deliciosamente suave tocando e acentuando as ressonâncias quentes do vibrafone.
Encontrei essa música seguindo as trilhas de duas fontes principais. Coluna de Dave Sumner me levou a muitos cantos menos visitados do Jazz, onde joias como essa estão à espreita. Linhas musicais foi o regresso de um velho amigo, lançando uma ampla rede no panorama da World Music. (E ainda gosto de leads de OK Jazzembora esse podcast tenha estado tristemente silencioso este ano).