Por Phoenix Forsythe, colaborador freelance do The Drone Information

No panorama mediático precise, o sensacionalismo muitas vezes tem precedência sobre os factos, e em nenhum lugar isto é mais evidente do que na cobertura dos drones como fenómenos aéreos não identificados (FANI). As agências de notícias televisivas, na sua busca por classificações e envolvimento dos telespectadores, alimentam frequentemente a histeria pública ao enquadrar os drones como misteriosos, ameaçadores e sobrenaturais. Esta prática não só distorce a percepção pública dos drones, mas também dificulta a sua utilização legítima em indústrias que vão da agricultura à produção cinematográfica.
Para compreender o impacto da histeria induzida pela mídia, basta olhar para trás, para a infame transmissão de rádio de 1938 do filme de Orson Welles. A Guerra dos Mundos. Embora pretendido como entretenimento, o programa causou pânico generalizado entre os ouvintes que acreditavam que uma invasão alienígena estava realmente ocorrendo. Da mesma forma, o tom dramático e o enquadramento especulativo frequentemente utilizados pelos noticiários televisivos de hoje podem levar o público a tirar conclusões exageradas ou erróneas sobre os drones avistados no céu.
Sensacionalismo em reportagens de drones
As notícias sobre drones frequentemente adotam uma linguagem dramática, referindo-se a eles como “naves misteriosas” ou “ameaças potenciais”. As filmagens de drones são frequentemente acompanhadas de músicas sinistras ou comentários que especulam sobre suas intenções, seja como espaçonaves alienígenas, ferramentas de vigilância governamental ou dispositivos de espionagem estrangeiros. Este tipo de cobertura alimenta o medo e a suspeita, especialmente entre os telespectadores que não têm conhecimento técnico sobre drones ou sobre as suas aplicações comuns.
Os meios de comunicação televisivos raramente se dão ao trabalho de diferenciar entre drones amadores, drones comerciais e fenómenos aéreos não identificados que podem ter explicações mais plausíveis. Em vez disso, eles fundem essas categorias, criando uma narrativa que sugere perigo e intriga a cada passo. Ao fazê-lo, perpetuam conceitos errados que podem levar à paranóia e, em alguns casos, a comportamentos perigosos por parte do público, como interferir nas operações de drones ou reportar falsos avistamentos.

As reais consequências da histeria da mídia
As repercussões destas reportagens sensacionalistas vão muito além da ansiedade pública. Por um lado, pode sufocar a inovação e a adopção da tecnologia drone, ao promover um clima de desconfiança. As empresas e investigadores que trabalham em soluções baseadas em drones para problemas como resposta a catástrofes, entregas médicas e monitorização ambiental podem enfrentar obstáculos desnecessários à medida que a opinião pública se volta contra a tecnologia.
Além disso, esta histeria coloca uma pressão indevida sobre as agências reguladoras, levando-as a promulgar medidas excessivamente restritivas que dificultam a utilização recreativa e profissional de drones. Por exemplo, os pilotos amadores de drones são frequentemente examinados injustamente ou mesmo acusados de intenção maliciosa, simplesmente porque a sua atividade se alinha com a narrativa promovida pelos meios de comunicação sensacionalistas.
Um caminho para relatórios responsáveis
As agências de notícias televisivas têm um papel elementary a desempenhar na formação da compreensão pública das tecnologias emergentes, e os drones não são exceção. Ao optarem por enfatizar a educação em vez do sensacionalismo, podem ajudar a dissipar mitos e encorajar uma visão mais equilibrada dos drones e das suas aplicações. Isto significa apresentar factos, consultar especialistas e evitar linguagem inflamatória que provoque medo desnecessariamente.
Além disso, os meios de comunicação social devem investir em repórteres especializados em tecnologia e aviação, garantindo que as histórias relacionadas com drones sejam cobertas com precisão e contexto. Destacar utilizações positivas dos drones, como o seu papel em missões de busca e salvamento ou na conservação da vida selvagem, também pode ajudar a contrariar a narrativa predominante de suspeita e medo.
Conclusão
À medida que os drones continuam a ocupar um lugar de destaque nos nossos céus, as agências noticiosas televisivas devem reconhecer a sua responsabilidade de informar em vez de inflamar. Tirando lições de pânicos anteriores induzidos pela mídia, como A Guerra dos Mundosa mídia pode evitar repetir a história e, em vez disso, contribuir para um discurso público bem informado sobre drones e UAPs. Relatórios precisos e ponderados têm o poder de desmistificar esta tecnologia e promover a confiança, garantindo que os drones não sejam vistos como ameaças, mas como ferramentas valiosas no nosso mundo moderno.
Phoenix Forsythe, colaborador freelance do The Drone Information